quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

VOLTA ÀS AULAS!

                                  CALENDÁRIO 2013
01/02   AULA INAUGURAL
04,05,06 e 08/02 -  SEMANA DE CAPACITAÇÃO
07/02 -   PLANEJAMENTO
11, 13,14 e 15/02 -   RECESSO
12/02 -   FERIADO- C A R N A V A L
18 DE FEVEREIRO- Início das aulas



Sejam bem-vindos...
crianças,
jovens,
professores,
funcionários,
todos os que fazem parte dessa grande família escolar!
Este ano vamos estudar...
ensinar...
conviver ...
juntos, todos por um mesmo objetivo.
V E N C E R !
Para isso nos propomos a estudar com vontade, aproveitar todos os recursos, nos dedicar mesmo!
Com fome de ensinar e aprender.
L E R ...como quem respira !
Estar atento ao objetivo!
Perguntar, criar e chamar a todos para participar!
Sem se importar com as diferenças.
Juntos para conquistar o mundo!
Cuidaremos bem da nossa Escola, de nós mesmos 
e cuidaremos também,  uns dos outros
...e teremos assim, uma vida escolar incrível...
num ano muito feliz!
                                   Feliz 2013 !

FONTE-http://www.youtube.com/watch?v=2vqjfDfDKnM

sábado, 12 de janeiro de 2013

O SÉCULO DO VELHO BRAGA


 100 anos de Rubem Braga

                   Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Hc0P0JJLsX0

              O século do velho Rubem Braga

" Considerado o inventor da crônica moderna brasileira, Rubem Braga vem atravessando gerações com seus textos sobre cenas cotidianas, sempre com a roupa da língua comum. Dos grandes autores brasileiros de prosa, foi o único que nunca escreveu um romance — e mesmo assim é considerado um dos maiores escritores do país. Um dos jornalistas que mais colaboraram em diferentes jornais e revistas do país, tendo produzido cerca de 15 mil crônicas, o velho Braga, como costumava se referir a si próprio desde jovem, foi correspondente na Segunda Guerra Mundial, embaixador no Marrocos, dono de editora, amante das mulheres e da natureza. "Há mil Rubens dentro de Rubem Braga", disse Clarice Lispector." Esta edição especial por ocasião de seu centenário, celebrado neste sábado, contempla as muitas faces do escritor.

                                 http://oglobo.globo.com/infograficos/casa-rubem-braga/
FONTE: Segundo Caderno- O GLOBO - 12.01.2013 

Rubem Braga, um bicho do mato cosmopolita

Culto e viajado, colecionador de paixões e amigos, o autor de 15 mil crônicas sonhava com Marataízes estando em Paris e nutria o desejo de voltar à infância, entre formigas, rapaduras e passarinhos

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/rubem-braga-um-bicho-do-mato-cosmopolita-7272355#ixzz2HygnTNvO 
 

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

CRÔNICA: A Borboleta Amarela - Rubem Braga


Rubem  Braga falava de passarinhos, plantas e flores quando a ecologia ainda era um movimento distante na consciência do cidadão. 
  "A Borboleta Amarela é um convite amigo ao leitor que enfrenta problemas da alma.  "
                                                          Patrício Bentes

Então, aí está, na íntegra, a crônica de Rubem Braga, publicada originalmente, em um jornal do Rio, em 1952.




A BORBOLETA AMARELA- Rubem Braga

"Era uma borboleta. Passou roçando em meus cabelos, e no primeiro instante pensei que fosse uma bruxa ou qualquer outro desses insetos que fazem vida urbana; mas, como olhasse, vi que era uma borboleta amarela.

Era na esquina de Graça Aranha com Araújo Porto Alegre; ela borboleteava junto ao mármore negro do Grande Ponto; depois desceu, passando em face das vitrinas de conservas e uísques; eu vinha na mesma direção; logo estávamos defronte da A.B.I. Entrou um instante no hall, entre duas colunas; seria um jornalista? – pensei com certo tédio.

Mas logo saiu. E subiu mais alto, acima das colunas, até o travertino encardido. Na rua México eu tive de esperar que o sinal abrisse: ela tocou, fagueira, para o outro lado, indiferente aos carros que passavam roncando sob suas leves asas. Fiquei a olhá-la. Tão amarela e tão contente da vida, de onde vinha, aonde iria? Fora trazida pelo vento das ilhas – ou descera no seu vôo saçaricante e leve da floresta da Tijuca ou de algum morro – talvez o de São Bento Onde estaria uma hora antes, qual sua idade? Nada sei de borboletas. nascera, acaso, no jardim do Ministério da Educação? Não; o Burle Marx faz bons jardins, mas creio que ainda não os faz com borboletas – o que, aliás, é uma boa idéia. Quando eu o mandar fazer os jardins de meu palácio, direi: Burle, aqui sobre esses manacás, quero uma borboleta amare... Mas o sinal abriu e atravessei a rua correndo, pois já ia perdendo de vista a minha borboleta.

A minha borboleta! Isso, que agora eu disse sem querer, era o que eu sentia naquele instante: a borboleta era minha – como se fosse meu cão ou minha amada de vestido amarelo que tivesse atravessado a rua na minha frente, e eu devesse segui-la. Reparei que nenhum transeunte olhava a borboleta; eles passavam, devagar ou depressa, vendo vagamente outras coisas – as casas, os veículos ou se vendo –, só eu vira a borboleta, e a seguia, com meu passo fiel. Naquele ângulo há um jardinzinho, atrás da Biblioteca Nacional. Ela passou entre os ramos de acácia e de uma árvore sem folhas, talvez um "flamboyant"; havia, naquela hora, um casal de namorados pobres em um banco, e dois ou três sujeitos espalhados pelos outros bancos, dos quais uns são de pedra, outros de madeira, sendo que estes são pintados de azul e branco. Notei isso pela primeira vez, aliás, naquele instante, eu que sempre passo por ali; é que a minha borboleta amarela se tornava sensível às cores.

Ela borboleteou um instante sobre o casal de namorados; depois passou quase junto da cabeça de um mulato magro, sem gravata, que descansava num banco; e seguiu em direção à Avenida. Amanhã eu conto mais."

(segunda parte)

"Eu ontem parei a minha crônica no meio da história da borboleta que vinha pela rua Araújo Porto Alegre; parei no instante em que ela começava a navegar pelo oitão da Biblioteca Nacional.

Oitão, uma bonita palavra. Usa-se muito no Recife; lá, todo mundo diz: no oitão da igreja de São José, no oitão do Teatro Santa Isabel... Aqui a gente diz: do lado. Dá no mesmo, porém oitão é mais bonito. Oitão, torreão.

Falei em torreão porque, no ângulo da Biblioteca, há uma coisa que deve ser o que se chama um torreão. A borboleta subiu um pouco por fora do torreão: por um instante acreditei que ela fosse voltar, mas continuou ao longo da parede. Em certo momento desceu até perto da minha cabeça, como se quisesse assegurar-se de que eu a seguia, como se me quisesse dizer: "estou aqui".

Logo subiu novamente, foi subindo, até ficar em face de um leão... sim, há uma cabeça de leão, aliás há várias, cada uma com uma espécie de argola na boca, na Biblioteca. A pequenina borboleta amarela passou junto ao focinho da fera, aparentemente sem o menor susto. Minha intrépida, pequenina, vibrante borboleta amarela! pensei eu. Que fazes aqui, sozinha, longe de tuas irmãs que talvez estejam agora mesmo adejando em bando álacre na beira de um regato, entre moitas amigas – e aonde vais sobre o cimento e o asfalto, nessa hora em que já começa a escurecer, oh tola, oh tonta, oh querida pequena borboleta amarela! Vieste talvez de Goiás, escondida dentro de algum avião; saíste no Calabouço, olhaste pela primeira vez o mar, depois...

Mas um amigo me bateu nas costas, me perguntou "como vai bichão, o que é que você está vendo aí?" Levei um grande susto, e tive vergonha de dizer que estava olhando uma borboleta; ele poderia chegar em casa e dizer: "encontrei hoje o Rubem, na cidade, parece que estava caçando borboleta".

Lembrei-me de uma história de Lúcio Cardoso, que trabalhava na Agência Nacional: Um dia acordou cedo para ir trabalhar; não estava se sentindo muito bem. Chegou a se vestir, descer, andar um pouco junto da Lagoa, esperando condução, depois viu que não estava mesmo bem, resolveu voltar para casa, telefonou para um colega, explicou que estava gripado, até chegara a se vestir para ir trabalhar, mas estava um dia feio, com um vento ruim, ficou com medo de piorar – e demorou um pouco no bate-papo, falou desse vento, você sabe (era o noroeste) que arrasta muita folha seca, com certeza mais tarde vai chover etc., etc..

Quando o chefe do Lúcio perguntou por ele, o outro disse: "Ah, o Lúcio hoje não vem não. Ele telefonou, disse que até saiu de casa, mas no caminho encontrou uma folha seca, de maneira que não pode vir e voltou para casa."

Foi a história que lembrei naquele instante. Tive – por que não confessar? – tive certa vergonha de minha borboletinha amarela. Mas enquanto trocava algumas palavras com o amigo, procurando despachá-lo, eu ainda vigiava a minha borboleta. O amigo foi-se. Por um instante julguei, aflito, que tivesse perdido a borboleta de vista. Não. De maneira que vocês tenham paciência: na outra crônica, vai ter mais história de borboleta.

(última parte)

"Mas, como eu ia dizendo, a borboleta chegou à esquina de Araújo Porto Alegre com a Avenida Rio Branco; dobrou à esquerda, como quem vai entrar na Biblioteca Nacional pela escada do lado, e chegou até perto da estátua de uma senhora nua que ali existe; voltou; subiu, subiu até mais além da copa das árvores que há na esquina – e se perdeu.

Está claro que esta é a minha maneira de dizer as coisas; na verdade, ela não se perdeu; eu é que a perdi de vista. Era muito pequena, e assim, no alto, contra a luz do céu esbranquiçado da tardinha, não era fácil vê-la. Cuidei um instante que atravessava a Avenida em direção à estátua de Chopin; mas o que eu via era apenas um pedaço de papel jogado de não sei onde. Essa falsa pista foi que me fez perder a borboleta.

Quando atravessei a Avenida ainda a procurava no ar, quase sem esperança. Junto à estátua de Floriano, dezenas de rolinhas comiam farelo que alguém todos os dias joga ali. Em outras horas, além de rolinhas, juntam-se também ali pombos, esses grandes, de reflexos verdes e roxos no papo, e alguns pardais: mas naquele momento havia apenas rolinhas. Deus sabe que horários têm esses bichos do céu.

Sentei-me num banco, fiquei a ver as rolinhas – ocupação ou vagabundagem sempre doce, a que me dedico todo dia uns 15 minutos. Dirás, leitor, que esse quarto de hora poderia ser mais bem aproveitado. Mas eu já não quero aproveitar nada; ou melhor, aproveito, no meio desta cidade pecaminosa e aflita, a visão das rolinhas, que me faz um vago bem ao coração.

Eu poderia contar que uma delas pousou na cruz de Anchieta; seria bonito, mas não seria verdade. Que algum dia deve ter pousado, isso deve; elas pousam em toda parte; mas eu não vi. O que digo, e vi, foi que uma pousou na ponta do trabuco de Caramuru. Falta de respeito, pensei. Não sabes, rolinha vagabunda, cor de tabaco lavado, que esse é Pai do Fogo, Filho do Trovão?

Mas essa conversa de rolinha, vocês compreendem, é para disfarçar meu desaponto pelo sumiço da borboleta amarela. Afinal arrastei o desprevenido leitor ao longo de três crônicas, de nariz no ar, atrás de uma borboleta amarela. Cheguei a receber telefonemas: "eu só quero saber o que vai acontecer com essa borboleta". Havia, no círculo das pessoas íntimas, uma certa expectativa, como se uma borboleta amarela pudesse promover grandes proezas no centro urbano. Pois eu decepciono a todos, eu morro, mas não falto à verdade: minha borboleta amarela sumiu. Ergui-me do banco, olhei o relógio, saí depressa, fui trabalhar, providenciar, telefonar... Adeus, pequenina borboleta amarela."

                              Rio, setembro de 1952

COMEMORAÇÕES EM 2013




                  
Em 2013 serão comemorados os centenários de três grandes escritores: Rubem Braga (12 de janeiro), considerado como um dos melhores – se não o maior - cronistas brasileiros (a crônica A borboleta amarela é exemplar) ; Vinícius de Moraes (19 de outubro), o nosso “poetinha” máximo, com seus versos e ritmos inesquecíveis, como o Soneto de fidelidade; e Albert Camus (7 de novembro) de nacionalidade franco-argelina, notável pelos romances do absurdo, como o intrigante O estrangeiro.

                             
Neste ano lembramos também os 60 anos da morte de Graciliano Ramos (20 de março), autor de romances marcantes, como Vidas Secas, Angústia e Memórias do Cárcere. Ele será o grande homenageado da 11ª edição da Flip – Festa Literária Internacional de Paraty, que acontecerá de 3 a 7 de julho.

Lembrando ainda dos 120 anos de nascimento do escritor modernista 
Mario de Andrade (9 de outubro), autor do brasileiríssimo Macunaíma.
                                   
E, finalmente, não poderia deixar de citar que neste ano uma personagem fictícia completa 50 anos de existência: Mônica, estrela das histórias em quadrinhos criada por Maurício de Souza. Foi em 1963 que a personagem apareceu pela primeira vez, em uma tira de jornal, como coadjuvante do Cebolinha. Posteriormente ganhou expressão e passou a protagonizar a célebre “Turma da Mônica”.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

CALENDÁRIO 2013


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