sábado, 27 de fevereiro de 2010

Projeto A COR DA CULTURA (MEC) - Modos de Ver

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Projeto:A COR DA CULTURA (MEC) - Modos de Sentir

Projeto: A COR DA CULTURA (MEC) - Modos de Interagir

Projeto :A COR DA CULTURA (MEC) : Memória das Palavras

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Livro:O desejo de ensinar e a arte de aprender - Rubens Alves

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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

ÁFRICA EM FOCO




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sábado, 6 de fevereiro de 2010

Calendário Escolar 2010 - 03.02.2010



Retificações: MÊS DE DEZEMBRO

Dia 13 de 2E para JP
Dia 14 de 2E para JP
Dia 15 de 2E para JP
Dia 16 de A para JP
Dia 17 de RE para JP

ÁFRICA

Revista Projetos Escolares
Para ampliar clique na imagem
























































segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O Melhor do Computador - Sugestões por disciplina-Revista Nova Escola

                                                                              
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O melhor do computador


Só ter equipamentos na escola não basta. Confira aqui o que ajuda no aprendizado e o que serve apenas para agradar aos pais






PRODUÇÃO NA WEB Projeto de site dos alunos do Colégio
Joana D’Arc, em São Paulo, é focado no conteúdo curricular.
Foto: Reprodução


Quando perguntados sobre quais atividades extracurriculares gostariam que a escola oferecesse, os pais de estudantes de escolas públicas da capital paulista foram categóricos: cursos de computação, disseram 36% dos entrevistados. Os dados da pesquisa - realizada pelo Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial em parceria com a Fundação Victor Civita - revelam a expectativa que há em torno da sala de informática. Porém apenas ter um espaço bem montado não basta.

"A tecnologia deve ser utilizada para apresentar e aprofundar conteúdos curriculares. Usar o computador somente para ensinar programas de informática é desperdício", diz o pedagogo Wagner Antônio Júnior, coordenador do Projeto de Apoio Pedagógico Informatizado da Faculdade de Agudos, a 410 quilômetros de São Paulo. O ideal é estabelecer objetivos pedagógicos para que as atividades tenham foco e fazer do laboratório uma extensão da sala de aula.

Mais sobre tecnologia

Reportagens

• Ajuda real no mundo virtual

• Crônica da (crônica) informatização escolar

• O melhor do computador

• As buscas via internet

• O que é inteligência artificial? Onde ela é aplicada?

Planos de aula

• Avalie com os estudantes a credibilidade dos sites de busca

Para isso, a internet nem sempre é imprescindível. José Junio Lopes, coordenador do laboratório de informática do Colégio Joana D’Arc, em São Paulo, exemplifica: "O aluno pode fazer apresentações em slides, usar editores de texto e elaborar planilhas e gráficos. Essas ferramentas de aprendizado não requerem a rede mundial de computadores".

Com ou sem a rede, o fato é que o planejamento é fundamental. "Definir as ações que serão feitas no computador é tão importante quanto ser criativo na hora de elaborar a aula", salienta a professora Antonia Lucélia Mariano, de Juazeiro do Norte, a 565 quilômetros de Fortaleza, ganhadora do prêmio Educarede de Internet e Inovação Pedagógica, promovido pela Fundação Telefônica.

Para ajudá-lo a planejar e acabar com os equívocos sobre o uso do computador na sala de aula, NOVA ESCOLA elaborou sugestões abaixo.. Primeiramente  estão relacionados  atitudes e procedimentos para fazer do computador um aliado. Em seguida , os ítens  que comprometem qualquer projeto de informatização escolar.


*******************Assim dá certo ********************

1 Escolher conteúdos


Eleger e estudar os conteúdos que serão apresentados ou aprofundados na sala de informática é essencial para que a aula seja objetiva e produtiva. Além disso, faz com que o professor se sinta mais seguro na hora da aula.


2 Selecionar programas


Com o conteúdo escolhido, é hora de encontrar os programas e sites mais apropriados para atingir as metas de aprendizagem. Se a aula é de redação, um editor de textos é uma boa opção.


3 Fazer o roteiro da aula


Todas as atividades precisam ser bem estruturadas e bem planejadas, prevendo momentos de pesquisa, de visualização do conteúdo estudado e de troca de informações. Isso evita a dispersão.


4 Incentivar a interação


Os alunos devem interagir para construir conhecimento. Para tanto, que tal criar blogs, e-mails e fóruns?


5 Usar jogos educativos


Os desafios propostos pelos softwares e jogos virtuais estimulam os jovens e complementam a aula de forma lúdica.


6 Explorar o audiovisual


A internet e os programas educativos oferecem vídeos e animações que favorecem o aprendizado. Use-os!


7 Permitir que o aluno crie


Publicar textos em blogs ou sites e fazer apresentações em slides torna o estudante produtor de conteúdo e de conhecimento.


8 Evitar a desatenção


Para a turma não perder o foco da aula, vale bloquear o acesso a sites de relacionamento, salas de bate-papo e programas de mensagens que não sejam coerentes com o conteúdo ensinado.


9 Criar espaço lúdico


Todos precisam ficar à vontade na sala de informática. Por isso, coloque nas paredes cartazes, mapas, ilustrações e trabalhos dos alunos, criando um ambiente acolhedor e rico em informações.


10 Preparar-se bastante


Você se sentirá mais seguro na sala de informática se aprender a usar a máquina, a internet e os programas básicos. Além disso, terá melhores resultados.
 
 

*******************Assim não dá ********************


1 Dar aula só de informática


O objetivo das aulas na sala de informática não deve ser formar técnicos, mas melhorar o aprendizado. Por isso, evite o uso do espaço apenas para ensinar a operar programas.


2 Não ter planejamento


A falta de objetivos claros faz com que tanto professor como alunos percam o foco, comprometendo o aprendizado.


3 Achar que a turma sabe tudo


Embora os jovens sejam espertos quando o assunto é informática, é um erro supor que todos dominem as ferramentas com a mesma destreza. Não deixe de ensinar como operar os programas básicos. Dessa forma, os menos plugados conseguirão acompanhar as aulas.


4 Usar a sala para distração


Computador na escola tem de estar voltado somente para a aprendizagem. Se a garotada usar o laboratório no período entre aulas, vai associá-lo somente ao lazer.


5 Liberar o entretenimento


Sites de relacionamento, download de músicas e jogos eletrônicos dispersam o aluno durante a aula


6 Deixar os alunos sozinhos


Sem mediação, eles iniciarão bate-papos e ainda poderão acessar conteúdos impróprios.


7 Censurar demais


Se for para encontrar páginas e ferramentas sobre o tema da aula, não cerceie a liberdade da turma na hora de navegar na internet.


8 Ter poucas máquinas


As atividades ficam prejudicadas quando os estudantes não usam o computador de forma igualitária. O ideal é ter um equipamento para cada dois alunos. Assim, todos terão a chance de operá-lo durante a aula.


9 Ver o micro como rival


Se você tiver medo da tecnologia e dos avanços que ela traz, jamais vai enxergá-la como uma fonte de conhecimento e informação. Quando bem utilizada, a tendência é que ela vire aliada, em vez de concorrente.


10 Usar equipamento ruim


Computadores muito lentos e defasados sempre causam frustração e perda do interesse por parte dos alunos. Evite-os.


Sete passos para o futuro

Ações simples para inserir a equipe e os alunos em uma verdadeira cultura virtual


Que tal trocar a caneta e o papel pelo teclado na hora de elaborar a ata da reunião de planejamento, organizar um espaço de formação tecnológica para os professores dentro do horário coletivo de trabalho ou incentivá-los a construir planilhas de acompanhamento do aprendizado dos alunos no computador?

Essas ações podem quebrar a resistência da equipe e criar um ambiente favorável para desenvolver e fortalecer em sua escola o hábito de usar a informática nos processos do dia-a-dia. Os gestores podem e devem favorecer a utilização de novas mídias ao lançar mão de estratégias como essas.

Léa Fagundes, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), lembra que antes de tudo é preciso facilitar o acesso.
 “Alguns diretores impedem que o laboratório seja usado, com medo de os alunos danificarem os equipamentos.” NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR elaborou uma lista de sete passos que podem ajudar sua escola a tomar o rumo do futuro.
1. Colocar máquinas em uso

Faça um levantamento dos recursos de que a escola dispõe. Relacione computadores, televisores, aparelhos de vídeo e DVD, máquinas fotográficas e de vídeo, gravadores de voz e microfones. Todos esses equipamentos são ferramentas de ensino. “Os recursos devem estar na mão de alunos e professores. Não dá para ter um controle autoritário do uso. Empregar novas mídias para favorecer a aprendizagem é falar em processos de criação. Por isso, o ponto de partida é a liberdade de acesso”, destaca Lia Paraventi, coordenadora de informática educativa da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.

2. Inserir no projeto pedagógico

Na EMEF Pracinhas da FEB, na capital paulista, gestores e professores escolhem, nas reuniões de planejamento, as linguagens que serão usadas nos projetos. “Em 2008, trabalhamos a produção de um jornal no computador, do texto à diagramação”, conta Paloma Fernandez, orientadora de Informática Educativa da escola. Os professores das disciplinas envolvidas se reuniram com ela no horário de trabalho coletivo para juntar conteúdo e tecnologia. Em História, os alunos produziram notícias sobre a Revolução de 1930 e as guerras

mundiais. Em Matemática, criaram um encarte com desafios de lógica, e em Ciências, reportagens sobre higiene e prevenção de doenças. Este ano, as turmas aprenderão a fazer audiovisuais.

3. Formar a equipe

Se o mouse ainda é um objeto estranho para a equipe (ou só para você), promova um curso de capacitação. Márcia Jubett, diretora da EMEF Marta Wartenberg, em Novo Hamburgo, na Grande Porto Alegre, mal sabia ligar o computador, mas isso não a impediu de informatizar a escola. “Criamos um espaço para a formação dentro do horário coletivo de trabalho e passamos a discutir a montagem de projetos didáticos usando novas mídias.” A professora de informática repassa à equipe o que aprende em cursos oferecidos pelas secretarias municipal e estadual. Outra ideia é incentivar os professores que já dominam as linguagens a compartilhar seus saberes com o grupo.

4. Mudar a gestão

Escola que não tem pessoal suficiente para coordenar o uso do laboratório de informática pode fazer um projeto com alunos monitores. “Isso ajuda no comprometimento com as atividades”, analisa Márcia Padilha, coordenadora do Instituto para o Desenvolvimento e a Inovação Educativa, da Organização de Estados Ibero-Americanos. O essencial é dar condições para que os estudantes entrem no laboratório nos horários em que não estão em aula (a escola e a sala de informática têm de estar abertas e em condições de uso), além de acompanhar o trabalho. Os equipamentos precisam de manutenção e atualização. Um bom caminho é definir regras de uso de sites e comunidades virtuais e gerir o acesso e a organização das atividades dentro e fora do laboratório.

5. Usar a tecnologia todo dia

Substituir a correspondência em papel com os pais por e-mails personalizados, colocar os balancetes de gastos numa planilha digital, construir arquivos para o acompanhamento das aprendizagens dos alunos ou criar uma comunidade virtual para compartilhar o resultado das reuniões de planejamento são exemplos de como a informática pode estar presente na gestão da escola. Na EE Professora Neuza Maria Nazatto de Carvalho, em Santa Bárbara do Oeste, a 130 quilômetros de São Paulo, a diretora Sirlei Dantes adotou a digitalização das planilhas com as notas dos 850 alunos. “Para quebrar a resistência dos professores, fizemos um trabalho de formação mostrando que a mudança facilitaria os processos. Hoje eles editam online esse material. Na direção, acrescentamos outros dados dos estudantes e enviamos por e-mail para a secretaria”, ensina a diretora.

6. Sair do laboratório

Ter um espaço reservado para os computadores é importante, mas, com o tempo, o laboratório convencional pode se transformar num espaço de produção multimídia com som e imagem. Ganha muito a escola que instala uma rede sem fio e cria ambientes de aprendizagem com computadores portáteis – para o uso dos alunos ou na formação dos professores.

7. Integrar a comunidade

É importante criar redes de relacionamento e cooperação com o entorno. “Muitas vezes, a escola é o único lugar onde o aluno tem acesso à tecnologia. Por isso, ela precisa dar a ele os instrumentos para a socialização e inserção no mercado de trabalho”, afirma José Manuel Moran, pesquisador em Tecnologias da Educação da Universidade de São Paulo (USP).


O uso de recursos da informática

Ferramentas digitais ajudam na edição e revisão de textos


O texto - aquela composição escrita ou falada, que nasceu juntamente com a invenção da linguagem - segue sendo o mesmo. Nossa relação com ele, não. Em suas pesquisas, o historiador da leitura Roger Chartier afirma que o suporte material (papel, áudio, vídeo ou formato digital) exerce influência na relação que estabelecemos com o texto. Nesse sentido, blogs, fotologs e podcasts são novos gêneros, com características próprias. É possível, por exemplo, relacionar links para que o leitor tenha a liberdade de seguir diferentes caminhos - é o chamado hipertexto. Cada vez mais, a turma vai precisar conhecer esses aspectos. A boa notícia é que trabalhos recentes como o do professor Jorge Luiz Marques de Moraes, um dos ganhadores do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10 em 2008 (leia a reportagem na página 64), mostram que dá, sim, para conjugar o aprendizado de novos gêneros (no caso dele, o podcast) com conteúdos tradicionais (a comunicação oral).



Além de gerar novas demandas, as ferramentas digitais modificam procedimentos consagrados na disciplina. O exemplo mais significativo diz respeito à edição e revisão de textos. Em processadores como o Word, a verificação ortográfica é muito facilitada. "O professor pode deixar o corretor ortográfico ligado para que os estudantes tentem resolver, com autonomia, alguns dos erros - o que não o isenta de seguir ensinando ortografia", aponta Cláudio Bazzoni, assessor da prefeitura de São Paulo e selecionador do Prêmio. Em termos de organização textual, a vantagem é poder mudar de lugar, ampliar, cortar e eliminar frases e parágrafos, experimentando novas soluções para a composição sem precisar escrever tudo de novo a cada nova versão.

LÍNGUA PORTUGUESA
A informática também pode ajudar no trabalho com gêneros textuais.
Na Escola da Vila, na capital paulista, a professora Andressa Mille Fernandes propôs à turma do 4º ano a construção de um informativo sobre o ciclo da água, um conteúdo que já havia sido tratado nas aulas de Ciências.
Depois de planejar o texto, decidir o destinatário, selecionar as informações e escrever, as crianças foram para o computador fazer títulos e quadros e escolher fontes e cores.
Assim, tanto a forma como o conteúdo da produção se aproximaram ainda mais dos exemplos de jornais, aprofundando a caracterização do gênero estudado.



ARTE
A turma aprende a transformar imagens digitais com softwares
Câmeras digitais e celulares popularizaram a fotografia. Saber tratar e modificar imagens em softwares de edição é uma competência cada vez mais valorizada. E programas de desenhos no computador ampliam as formas de criação. Mas atenção: não se pode incorporar tantas novidades de maneira apressada, sem uma boa discussão. "Antes, o professor precisa mostrar à turma de que forma essas ferramentas têm sido usadas não só pelos artistas, mas pela sociedade", diz Rosa Iavelberg, diretora do Centro Universitário Maria Antonia, na capital paulista.

Com essa perspectiva em mente, a professora Ana Cláudia de Oliveira Soares Cattani, da EE Professor Edsson Heráclyto Cerezer, em Bagé, a 384 quilômetros de Porto Alegre, começou a usar o Paint, programa de desenho que vem com o Windows, para expandir a produção de ateliê da 7ª série. "Tomei o cuidado de mostrar como artistas contemporâneos utilizam ferramentas similares, o que trouxe bons exemplos de como os alunos poderiam aproveitar o computador para acrescentar intervenções às criações com lápis", conta ela. O diálogo entre o ateliê "real" e o computador, aliás, é essencial para fazer a produção da turma avançar. "O trabalho de fazer e refazer uma imagem desenvolve a objetividade na composição da obra, no uso do espaço e no domínio dos instrumentos artísticos, sejam eles tradicionais ou virtuais", defende Paulo Nin Ferreira, coordenador da área de Arte do Colégio I. L. Peretz, na capital paulista.

No que diz respeito à fotografia, o trabalho também precisa incluir a indispensável etapa de familiarização com os diferentes gêneros. No CE Presidente Kennedy, em Rolândia, a 393 quilômetros de Curitiba, a professora Denise Maria Ramos Lugli iniciou um projeto com as turmas de 8ª série por uma conversa sobre fotos como registro pessoal. Em seguida, explorou características de outras modalidades - fotografia de moda, publicidade, fotojornalismo e artística. Só depois chegou a hora de produzir - nessa etapa, a cabeça cheia de referências fez a diferença. "O olhar dos alunos mudou com a ampliação de repertório", conta ela. O conhecimento dos tipos de fotografia ajudou ainda na edição das imagens. Usando programas específicos, como o Photoshop, a garotada pôde mudar a luz, refinar cores e fazer cortes - técnicas muito usadas em revistas de moda, por exemplo.


HISTÓRIA

Saiba como é possível pesquisar conteúdos de História, utilizando recursos tecnológicos


A internet apresenta leitura quase inesgotável de fontes de pesquisa. Para que se faça bom proveito de tanta riqueza, a classe precisa ter claros os objetivos da investigação. Em seguida, é importante discutir onde encontrar informação confiável. Nesse ponto, seu trabalho é ensinar que, diferentemente do que a garotada costuma acreditar, fatos históricos não são contados de maneira neutra. Qualquer relato traz embutido certa dose de opinião do autor (se isso já é verdade mesmo para os verbetes enciclopédicos, imagine o risco de um aluno confiar cegamente, ao pesquisar sobre a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, em um site que defende o revisionismo do Holocausto, argumentando que o extermínio de judeus não ocorreu).

As tecnologias também permitem que os estudantes produzam e compartilhem com facilidade registros da história local. Um exemplo é a parceria do Museu da Pessoa (www.museudapessoa.net), uma instituição que mantém um site sobre histórias de vida, com escolas municipais de São Paulo. Professores, estudantes e funcionários contam relatos pessoais em vídeo, áudio e texto e os colocam em uma comunidade virtual. Narrando suas experiências e contemplando outras, os alunos aprendem que os testemunhos são um importante ponto de partida para conhecer melhor uma realidade ou determinada cultura. "A história de cada um importa", explica Marcia Elias Trezza, coordenadora do projeto.

CIÊNCIAS
A turma poderá estudar Ciências, utilizando recursos tecnológicos, como a internet
Por meio das novas tecnologias, amplia-se a experimentação e a observação, procedimentos indispensáveis ao método científico. Comecemos pela realização de experimentos. Por razões de segurança, não é todo tipo de experiência que dá para fazer no ambiente escolar. Simuladores online permitem aos alunos testar hipóteses e reproduzir resultados de investigações complexas, como os fatores que causam a erupção de um vulcão, qual o melhor lubrificante para fazer uma roda girar ou o número de árvores necessárias para compensar as emissões de dióxido de carbono de cada aluno de sua turma. O ponto fraco é que vários recursos estão em inglês - como os dois primeiros exemplos da nossa lista. As iniciativas em português focam mais conteúdos do Ensino Médio - uma busca por "laboratórios virtuais" no Google mostra os resultados. Também é possível superar limitações de infraestrutura. "Diversos sites de universidades e museus oferecem imagens e vídeos de microscópios potentes, recursos antes inacessíveis às escolas. É possível ver e entender melhor as características de micro-organismos, como as bactérias", afirma Luciana Hubner, bióloga, coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento da Sangari Brasil e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10. Neste site, a garotada do 8º e do 9º ano pode ainda tomar contato com uma versão virtual do aparelho (em inglês).
Já a observação tem seu ponto alto nos sites de Astronomia. O Stellarium transforma a tela do computador em um planetário. Outra oportunidade ainda mais ousada é pôr a turma para manipular remotamente um telescópio usado por cientistas. O projeto Telescópios na Escola, mantido por órgãos governamentais de apoio a pesquisas, permite que a escola agende um horário e controle um telescópio via internet. Na EE Patriarca da Independência, em Vinhedo, a 75 quilômetros de São Paulo, as observações do Sistema Solar são feitas, principalmente como atividades extraclasse, mas também são aproveitadas nas aulas de Ciências.


GEOGRAFIA
Saiba como usar a tecnologia nas aulas de Geografia
Revolução" é provavelmente a palavra mais adequada para descrever o impacto das novas invenções sobre o espaço, o principal objeto de estudo da disciplina. Com mapas virtuais, praticamente todos os lugares do mundo estão acessíveis aos olhares curiosos da turma (leia a sequência didática abaixo). Sites como o Google Maps e programas como o Google Earth possibilitam a visualização de partes do globo em versão cartográfica, imagens de satélite, fotos aéreas e até em 3D - algumas vezes, com uma resolução que permite perceber características das construções, quantidade de árvores e até de carros em uma paisagem.
"Mapas e atlas impressos continuam tendo utilidade. Porém aprender a utilizar a cartografia digital permite converter o aluno em sujeito ativo do processo de construção da informação geográfica", avalia Levon Boligian, autor de livros didáticos e professor de Metodologia de Ensino de Geografia da Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp). O maior diferencial dos mapas virtuais é a interatividade. Além de livre escolha de local, escala e tema (vegetação, fronteiras políticas ou malha de transporte, por exemplo), o usuário ainda tem mobilidade de observação - pode ir para cima e para baixo, para a direita e para a esquerda e até rotacionar as imagens. No Google Earth, há também uma ferramenta que permite ver a transformação na ocupação de um local ao longo do tempo. Para os anos iniciais do Ensino Fundamental, é mais indicado trabalhar com a identificação de elementos geográficos próximos, como ruas e bairros da cidade, ou a comparação dessas áreas com as de cidades de outros países. Já turmas do 6º ano em diante podem avançar nos mapas temáticos ou internacionais.

EDUCAÇÃO FÍSICA
O grande recurso tecnológico para as aulas da disciplina é mesmo o vídeo, na forma de DVDs ou na internet. Com ele, é possível trabalhar as práticas corporais por meio da apreciação. "Há esportes que são impraticáveis na escola, como canoagem e paraglider, mas que podem ser estudados por causa das tecnologias", diz Marcos Garcia Neira, professor de metodologia do ensino de Educação Física na Universidade de São Paulo (USP). Preparar uma atividade em vídeo sobre o judô, por exemplo, pode servir para explicar as regras que não ficam claras nas transmissões dos Jogos Olímpicos na TV.
Veja abaixo:
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Estudando as lutas com recursos tecnológicos


Bloco de Conteúdo

Esportes, jogos, lutas e ginásticas

Conteúdo

Esportes, jogos, lutas e ginásticas

Objetivos

- Identificar, demonstrar e explicar as lutas conhecidas pela turma.

- Reconhecer as diferenças técnicas e táticas referentes às lutas.

- Comparar as características técnicas.

- Relacionar as lutas às suas origens sócio-históricas.

Conteúdos específicos

- Contexto sócio-histórico das lutas abordadas.

- Procedimentos técnicos e táticos que caracterizam as lutas.

- Regras, vestimentas, locais de prática e características dos praticantes.

Anos: 4º e 5º

Materiais necessários

Filmes, imagens da internet, materiais para registro.

Tempo estimado: 10 aulas

Desenvolvimento

1ª etapa

Solicite aos estudantes que organizem uma listagem com as práticas corporais por eles conhecidas, que tenham confronto entre adversários e envolvam o desequilíbrio, a imobilização ou a contusão. Informe-os que deverão manter um registro de todas as atividades ao longo dos trabalhos. Em roda de conversa, estimule os estudantes a descrever características das lutas mencionadas (vestimentas, locais de prática, regras etc.). Questione o grupo a respeito da possibilidade de realização de vivências corporais de algumas das lutas citadas. A partir de explicações iniciais e com a ajuda dos alunos que praticam, divida a turma em duplas e organize algumas vivências. Logo em seguida, indague o grupo sobre as percepções, dificuldades e facilidades encontradas.

2ª etapa

Após a seleção de alguns filmes que abordam as lutas, proponha para a turma assistir às imagens, a partir de um instrumento de observação que poderá ser organizado pela turma com ajuda do professor. Um rol de questões que estimulem os alunos a identificar características como: quem participa, quais as vestimentas utilizadas, como é o local da prática, quais as regras mais importantes, quais as táticas empregadas pelos lutadores, entre outras, poderá ser elaborado. A partir das respostas obtidas, promova uma discussão abrangendo as principais características das modalidades representadas. Questione os alunos acerca das origens e dos grupos sociais praticantes.

3ª etapa

Elabore coletivamente uma relação de tópicos que proporcionem uma análise mais detalhada das lutas (um questionário, por exemplo). De posse desse instrumento, oriente os estudantes a navegar por portais especializados. Para além dos mecanismos de busca, convém acessar os sítios das federações e confederações das diversas modalidades, nos quais estão disponíveis informações mais completas ou acessar alguns filmes no Youtube. No retorno, os alunos podem socializar suas descobertas, registrando-as conforme a modalidade que pesquisaram, tomando o devido cuidado na transcrição da nomenclatura da modalidade no que concerne às técnicas e táticas. Na continuidade, retome as vivências corporais, com base nas informações acessadas.

4ª etapa

Convide um praticante de lutas (conhecido, de alguma academia das redondezas, um aluno de uma turma mais avançada), para ser entrevistado pela turma e, se possível, demonstrar alguns movimentos. Prepare perguntas previamente. Estimule o grupo a fazer perguntas e esclarecer dúvidas sobre o tema. Organize algumas vivências a partir dos movimentos apresentados (repetições de golpes, chaves, movimentos de esquiva, etc., conforme a luta abordada). Os alunos poderão recorrer à internet para aprofundar seus conhecimentos sobre a luta apresentada e elaborar um pequeno glossário contendo as técnicas e táticas mais utilizadas.

5º etapa

Empregando os recursos disponíveis na escola ou obtidos por empréstimo pessoal ou institucional, realize filmagens das vivências e apresentações dos alunos. É importante alternar frequentemente as duplas e as modalidades. De posse das imagens, submeta-as à análise do grupo, tendo em vista o reconhecimento e “invenção” de técnicas e táticas pelos participantes.

Avaliação

Analise os registros do trabalho. Procure identificar em que medida a assistência aos filmes, a discussão dos resultados da pesquisa e o contato com o praticante possibilitaram o aprofundamento dos conhecimentos sobre as lutas. De posse dos relatos finais elaborados pela turma, selecione alguns e comente-os, destacando as informações registradas. Pergunte à turma se concordam com o que foi lido e se há algo a substituir ou acrescentar.

Quer saber mais?

Bibliografia

NEIRA, M. G. e NUNES, M. L. F. Pedagogia da cultura corporal: crítica e alternativas. São Paulo: Phorte, 2006.

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É também uma oportunidade para desmistificar preconceitos causados pelo desconhecimento cultural. "O futebol americano é um caso clássico. A primeira impressão que se tem é a de um caos violento. Há brutalidade, mas, examinando as partidas trecho a trecho, é possível analisar os sofisticados esquemas táticos que regem o jogo", explica Neira. A apreciação, entretanto, não é a única alternativa em relação aos vídeos. Pedir que os alunos registrem nesse meio uma apresentação de dança ou uma partida de basquete na escola mostra a eles como avaliar a própria prática.

 
MATEMÁTICA

Calculadora e planilhas eletrônicas auxiliam a turma na resolução de problemas
Nenhuma das inovações tecnológicas substitui o trabalho clássico na disciplina, centrado na resolução de problemas. Estratégias como cálculo mental, contas com algoritmos e criação de gráficos e de figuras geométricas com lápis, borracha, papel, régua, esquadro e compasso seguem sendo essencias para o desenvolvimento do raciocínio matemático.

Entretanto, saber usar calculadoras e conhecer os princípios básicos de planilhas eletrônicas do tipo Excel são hoje demandas sociais. Você deve introduzir esses recursos nas aulas - mas com o cuidado de pontuar que eles não fazem mágica alguma. Ao contrário, sua utilidade se aplica apenas a situações específicas. "O professor deve mostrar que eles são importantes para poupar tempo de operações demoradas, como cálculos e construções de gráficos, quando o que importa é levantar as ideias mais relevantes sobre como resolver a questão", defende Ivone Domingues, coordenadora pedagógica da Escola da Vila.

Enquanto as propostas com calculadora parecem estar mais disseminadas (é comum em várias escolas, por exemplo, utilizá-las para conhecer propriedades do sistema de numeração ou validar contas), o trabalho com planilhas eletrônicas ainda ensaia os primeiros passos. Vale a pena considerar o uso desses aplicativos, já que eles permitem aliar vários conteúdos: coleta de dados, inserção de fórmulas algébricas para cálculos, elaboração de tabelas e tratamento da informação (leia a sequência didática no quadro ao lado).

É importante que as atividades incluam desafios que questionem e ampliem o conhecimento da turma: o que acontece com os resultados da tabela se modificarmos um dos dados da fórmula? E com o gráfico, caso troquemos os valores da tabela? Para mostrar dados cuja soma chega a 100%, qual o tipo mais adequado de gráfico: o de colunas, o de linhas ou o de pizza? "Nessas explorações, o aluno aprende a controlar melhor as alternativas de resolução que a ferramenta oferece", argumenta Ivone.

Por fim, na área de Espaço e Forma, a mesma economia de tempo - dessa vez, na construção de figuras - é possibilitada por programas como o GeoGebra (disponível gratuitamente em www.geogebra.org) e o Cabri Gèométre (pago), que deixam a garotada analisar as propriedades de sólidos e planos, movimentando-os, marcando pontos ou traçando linhas sem a necessidade de redesenhar.



Matemática

Tecnologias

- Programas educativos

- Planilhas eletrônicas

- Calculadora



Conteúdos

- Espaço e forma

- Tratamento da informação

- Números e operações



Oportunidades de ensino

- Explorar propriedades de figuras sólidas e planas

- Construir gráficos no computador

- Exploração e validação de cálculos

             Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/planejamento-e-avaliacao/planejamento/melhor-computador-450791.shtml
                                            

Indisciplina- Revista Nova Escola


O que é indisciplina?


Por trás desse problema - visto pelos professores como um dos principais entraves da boa Educação -, há a falta de conhecimento sobre o tema e de adequação das estratégias de ensino

Sua paciência está por um fio. A garotada voa pelos corredores, conversa em sala, briga no recreio, insiste em usar boné e em trazer para a sala materiais que não são os de estudo. Cansado e confuso, você se sente com os braços atados e a autoridade abalada. Não suporta mais as cenas que vê e não sabe o que fazer. Quer obediência! Quer controle! Quer mudanças no comportamento dos alunos!

Calma... Respire... Se você sonha com uma turma atenta e motivada, a primeira mudança necessária talvez esteja em você. É hora de rever sua ideia de indisciplina e o que há por trás dela.
Pesquisa realizada por NOVA ESCOLA e Ibope em 2007 com 500 professores de todo o país revelou que 69% deles apontavam a indisciplina e a falta de atenção entre os principais problemas da sala de aula. Doce ilusão!
O comportamento inadequado do aluno não pode ser visto como uma causa da dificuldade para lecionar. Na verdade, ele é resultado da falta de adequação no processo de ensino.


Para que você avance nessa reflexão, é preciso entender que a indisciplina é a transgressão de dois tipos de regra.
O primeiro são as morais, construídas socialmente com base em princípios que visam o bem comum, ou seja, em princípios éticos.
Por exemplo, não xingar e não bater. Sobre essas, não há discussão: elas valem para todas as escolas e em qualquer situação.
O segundo tipo são as chamadas convencionais, definidas por um grupo com objetivos específicos.
Aqui entram as que tratam do uso do celular e da conversa em sala de aula, por exemplo.
Nesse caso, a questão não pode ser fechada. Ela necessariamente varia de escola para escola ou ainda dentro de uma mesma instituição, conforme o momento. Afinal, o diálogo durante a aula pode não ser considerado indisciplina se ele se referir ao conteúdo tratado no momento, certo?



Não é fácil distinguir entre moralidade e convenção. Frequentemente, mistura-se tudo em extensos regimentos que pouco colaboram para manter o bom funcionamento da instituição e o clima necessário à aprendizagem em sala de aula. "As crianças não enxergam a utilidade de um regimento ou dos famosos combinados que não se sustentam. Elas não sentem a necessidade de respeitá-los e acabam até se voltando contra essas normas", explica Ana Aragão, da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A situação piora ainda mais se essas convenções se baseiam em permissões, proibições e castigos sem nenhum tipo de negociação. Se isso funcionasse, as escolas estariam todas em paz. Esse caminho - o mais comum - é tão claramente ineficaz que se tornou um dos principais motes das tirinhas de Calvin, o personagem questionador e cheio de personalidade criado pelo cartunista norte-americano Bill Watterson. Desde 1985, ele dá um baile na professora, mesmo sendo advertido constantemente. Nesta reportagem especial, você verá que as situações vividas por ele refletem uma concepção equivocada, por parte da escola, sobre as causas da indisciplina e as formas de lidar com ela.



HUMOR COM REFLEXÃO Nos quadrinhos abaixo, Calvin vive situações que deixam evidentes as principais causas da indisciplina


FALTA DE AUTORIDADE

O que se espera da escola é conhecimento. É isso que faz o aluno respeitar o ambiente à sua volta. Se a aula está um tédio, ele vai procurar algo mais  interessante para fazer.

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Sem sua ajuda, a criança não aprende o valor das regras
O movimento contínuo de construção e reavaliação de regras, mais o respeito a elas, é a base de todo convívio em sociedade. Da mesma forma que os conflitos nunca vão deixar de existir na vida em comunidade - no contexto escolar, especificamente, eles também não vão desaparecer. Saber lidar com eles faz com que você consiga trabalhar melhor. Ensinar o tema aos alunos também é uma tarefa sua. "Esperar que os pequenos, de modo espontâneo, saibam se portar perante os colegas e educadores é um engano. É abrir mão de um dever docente", explica Luciene Tognetta, do Departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação da Unicamp.


Muitos professores esperam, sem razão, que essa formação moral seja feita 100% pela família. "Não se trata de destituí-la dessa tarefa, mas é preciso enxergar o espaço escolar como propício para a vivência de relações interpessoais", pondera Áurea de Oliveira, do Departamento de Educação da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), campus de Rio Claro.


As questões ligadas à moral e à vida em grupo devem ser tratadas como conteúdos de ensino. Caso contrário, corre-se o risco de permitir que as crianças se tornem adultos autocentrados e indisciplinados em qualquer situação, incapazes de dialogar e cooperar. Pesquisa de 2002 com 120 universitários, de Montserrat Moreno e Genoveva Sastre, da Universidade de Barcelona, indagou sobre a utilidade do que eles aprenderam na escola para a resolução de conflitos na vida adulta. Apenas 3% apontaram que os professores lhes ensinaram atitudes e formas específicas de agir. "Esses resultados certamente são próximos da realidade brasileira", afirma Luciene. "Nosso estilo de ensinar é parecido, pois joga pouca luz sobre o currículo oculto, aquele que leva em conta o sentimento do estudante, seus desejos, suas incompreensões."



DIDÁTICA INADEQUADA Não adianta exigir que os alunos cumpram as tarefas se a estratégia de ensino e o tema não dizem nada a eles. Universal Press Syndicate


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Como se resolve a indisciplina?

Não há solução fácil. Mas é essencial trabalhar - como conteúdos de ensino - as questões relacionadas à moral e ao convívio social e criar um ambiente de cooperação



As estratégias usadas atualmente por grande parte dos professores para lidar com a indisciplina têm sido desastrosas e estão na contramão do que os especialistas apontam ser o mais adequado. O teste ao lado é uma forma de mostrar que é preciso rever conceitos. Não se assuste se você pensou que alguns dos itens estivessem corretos - a maioria dos docentes brasileiros tende a concordar com eles. Pesquisa realizada em 2008 pela Organização dos Estados Ibero-Americanos com cerca de 8,7 mil professores mostrou que 83% deles defendem medidas mais duras em relação ao comportamento dos alunos, 67% acreditam que a expulsão é o melhor caminho e 52% acham que deveria aumentar o policiamento nas escolas.


Se a repreensão funcionasse, a indisciplina não seria apontada como o aspecto da Educação com o qual é mais difícil lidar em sala de aula, como mostrou outra pesquisa, da Fundação SM, feita em 2007 com 3,5 mil docentes de todo o país. Até mesmo os alunos acreditam que o problema vem crescendo. Em investigação feita em 2006 por Isabel Leme, da Universidade de São Paulo (USP), com 4 mil estudantes das redes pública e privada de São Paulo, mais de 50% deles afirmaram que os conflitos aumentaram mesmo nas escolas que estão cada vez mais rígidas. "O problema é que as intervenções são muito pontuais e imediatistas. O resultado é uma piora nas relações entre alunos e professores e, consequentemente, no comportamento da turma", acredita Adriana de Melo Ramos, do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Moral (Gepem), da Unesp, campus de Rio Claro.


Nesta reportagem, apresentamos sete soluções para você encaminhar o problema. Não se trata de um manual de instruções. As questões ligadas à indisciplina são da natureza humana. Portanto, complexas e incertas. Esse é um ponto de partida para quem convive com o problema. Para se sair bem, é preciso estudar muito e sempre revisitar o tema. Veja também um projeto institucional para a formação da equipe.


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Projeto institucional: Repensar a indisciplina



Saiba como estimular a equipe a refletir sobre a própria postura e orientá-la para atuar frente a situações de conflito na escola.


Introdução


Para mudar a perspectiva em relação à indisciplina, é imprescindível que a escola se responsabilize cotidianamente por garantir um ambiente de cooperação, em que o valor humano, o respeito, a dignidade e a integridade marquem as relações. Essa conquista pode se dar por meio de um percurso de formação continuada para toda a equipe. Ao mesmo tempo, é preciso ter em mente que conflitos sempre vão ocorrer e não é possível esperar o fim da formação para resolvê-los. Lembre-se de que o mais importante é lidar com a causa do conflito e não apenas atribuir culpa e impor punições. Pouco importa quem começou uma discussão. O fundamental é analisar o que levou as pessoas a ter dificuldade de negociar soluções justas e respeitosas. Para ajudar nesse momento intermediário, apresentamos quatro estratégias.


1. Demonstrar que a honestidade será sempre considerada importante. Os alunos devem aprender que o que têm a dizer pode, sim, irritar o professor. Mas, em qualquer circunstância, em vez ser de punido por ter sido autêntico, ele deve ser orientado a perceber que o sentimento de bem-estar por ter seguido o valor da verdade é o que mais conta.


2. Não agir de improviso. Manter-se calmo e controlar suas reações. Os problemas não precisam ter uma resposta imediata por parte da equipe escolar. Agir de improviso pode levar a atitudes pouco adequadas.



3. Reconhecer sentimentos e orientar comportamentos. Ficar bravo e com raiva é uma reação natural de qualquer ser humano. Dizer ao aluno "você não pode se sentir assim" ou "você não pode ficar com raiva do seu amigo" é, portanto, inadequado. Oriente-o dizendo algo do tipo: "Você deve mesmo ter ficado muito bravo, mas bater no colega resolveu o problema?"


4. Acreditar que o conflito pertence aos envolvidos. Isso não significa aceitar qualquer alternativa de resolução ou se alienar do problema. Você deve ser um mediador, ajudando-os a descrever o problema, incentivar que falem sobre os sentimentos e as ações e busquem soluções, sempre incidindo sobre a causa e respeitando princípios. Acompanhe, a seguir, uma proposta de formação para a equipe, fundamentada na bibliografia indicada em cada etapa.


Objetivos


- Promover uma mudança de olhar em relação à indisciplina, estudando conceitos de desenvolvimento moral e ético e adotando-os como conhecimento necessário ao processo educacional


- Estimular a equipe a refletir sobrea própria postura.


- Conhecer os princípios de um ambiente de cooperação.


- Analisar o regimento da escola.


- Orientar a atuação da equipe frente a situações de conflito.


Conteúdos


- Desenvolvimento moral.


- Ética.


- Valores humanos.


Tempo estimado


No mínimo um ano, com reuniões semanais no horário de trabalho coletivo. Os problemas não acabam depois desse período. O objetivo é que todos aprendam a lidar com eles.


Desenvolvimento


1ª etapa


Para começar, levante com a equipe quais as principais situações de indisciplina na visão deles. Organize o grupo em duplas. Cada uma deverá classificar as situações em categorias e apresentá-las. Anote os resultados e guarde-os para retomá-los no fim da formação. O próximo passo é aproximá-los do significado de indisciplina. O que a distingue da violência, por exemplo? Para isso, além de consultar a bibliografia, use o mapa conceitual disponível no site para orientar a discussão dos seguintes pontos:


- A indisciplina escolar é um sintoma de que algo não vai bem. Se há conflitos, a falha está na relação e não nas pessoas.


- O comportamento indisciplinado é algo a ser alterado, mas isso só vai acontecer se as responsabilidades forem divididas entre todos. Não é mais possível dizer que "aqueles alunos do professor X são bagunceiros". Os alunos são de todos e deve haver parceria para transformar a situação.


Bibliografia O Mapa do Problema Escolar: Quando a Cidadania Parece Não Ser Possível (Anais do XXII Encontro Nacional de Professores do Proepre - Educação e Cidadania), Luciene Tognetta



2ª etapa


O foco da discussão se desloca para a origem da indisciplina. A ideia é discutir a prática da equipe escolar, as propostas didáticas, o domínio do professor sobre o conteúdo, sua postura frente ao aluno e sua ação em situações de conflito (como citado na introdução).


Bibliografia Estratégias de Intervenção nos Processos de Desenvolvimento Profissional e Pessoal Docentes (II Congresso Internacional do CIDInE: Novos Contextos de Formação, Pesquisa e Mediação), Ana Aragão e Idália Sá-Chaves



3ª etapa


Realize o acompanhamento direto do trabalho docente em sala de aula, com gravação em vídeo ou observação e registro realizado pelo coordenador durante as aulas, momentos de recreio, entrada e saída, dependendo de onde o problema se localiza. Em seguida, o grupo deverá discutir a postura do professor e dos alunos com base nos conceitos estudados. Aqui, é obrigatório que o observado consinta em ser objeto de análise e discussão.


Bibliografia Autoscopia: Um Procedimento de Pesquisa e de Formação (Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 30, n. 3, p. 419-433), Ana Aragãoe Priscila Larocca

 
4ª etapa


Para seguir uma regra, é preciso entender sua razão de ser. Se não houver explicação que a justifique, a restrição pode e deve ser questionada. A ideia, nessa etapa, é analisar o regimento da escola. Os problemas têm mais a ver com as regras morais ou com as convencionais? Os princípios que fundamentam o projeto pedagógico devem ser discutidos. Como sugestão, tome como base a Declaração Universal dos Direitos do Homem.


Bibliografia Viajantes Destemidos sem Mapas Precisos: Professores-Formadores (Professor Formador: Histórias Contadas e Cotidianos Vividos, Ed. Mercado de Letras), Vera Lucia Sabongi de Rossi


Avaliação


Por meio de questionários, peça aos alunos, funcionários e pais que analisem se houve avanços. Resgate a listagem feita no começo do projeto e peça que a equipe docente altere o que achar necessário, revendo as categorias definidas anteriormente.

Consultoria: Ana Aragão

Professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

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                                Yves de La Taille:
"Nossos alunos precisam de princípios, e não só de regras"

Para o psicólogo, a escola deve investir em formação ética no convívio entre alunos, professores e funcionários para vencer a indisciplina
Agressões, humilhação, ausência de limites. Nove em cada dez educadores reclamam que as salas de aula estão cada vez mais incivilizadas e que é preciso dar um basta. Para resolver o problema, nove entre dez escolas recorrem a regras de controle e punição. "É legitimo, mas é pouco. É preciso criar uma lei para coibir algo que o bom senso por si só deveria banir?”, questiona Yves de La Taille, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Especialista em Psicologia Moral (a ciência que investiga os processos mentais que levam alguém a obedecer ou não a regras e valores), ele defende que a escola ajude a formar pessoas capazes de resolver conflitos coletivamente, pautadas pelo respeito a princípios discutidos pela comunidade. O caminho para chegar lá passa pela formação ética – não necessariamente como conteúdo didático, mas principalmente no convívio diário dentro da instituição.

Co-autor dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) sobre Temas Transversais, La Taille aponta que a tentativa de abordar assuntos como ética, orientação sexual e meio ambiente de maneira coordenada em várias disciplinas não funcionou no Brasil. “É uma proposta sofisticada que não se transformou em realidade.” Nesta entrevista concedida a NOVA ESCOLA, o ganhador do Prêmio Jabuti de 2007 na categoria Educação, Psicologia e Psicanálise, com o livro Moral e Ética, Dimensões Educacionais e Afetivas, indica caminhos para trabalhar esses temas no ambiente escolar.


Políticos, educadores e a sociedade cada vez mais pedem ética para solucionar problemas sociais.
A que se atribui essa demanda?
 YVES DE LA TAILLE  Existe uma situação de medo, uma percepção de que as relações humanas estão cada vez mais desrespeitosas. Mas creio que a demanda social não seja realmente por ética. O clamor, na verdade, é por normatização. Tanto que hoje temos uma espécie de hiperinflação de leis. Um exemplo é o projeto aprovado pela Assembléia Legislativa de São Paulo proibindo o uso de celulares dentro das classes. É claro que atender ao aparelho durante a aula atrapalha, mas como a escola enfrenta esse problema? Criando uma regra de controle em vez de discutir os valores envolvidos nessa situação – o respeito ao outro, por exemplo. Penso que deveria haver uma regulação social, e não uma regulação estatal, para esses comportamentos.
O que significa isso?
LA TAILLE Significa que a própria sociedade deveria ser capaz de administrar essas atitudes. O professor, por exemplo, tem a possibilidade de dizer: “Não vamos usar o celular porque isso atrapalha a aula, a não ser numa emergência”. Quando uma lei exterior resolve até os mínimos conflitos, cria-se uma sociedade infantil. Já a formação ética, em vez da simples normatização, discute as relações com outras pessoas, as responsabilidades de cada um e os princípios e valores que dão sentido à vida. No Ponto de Encontro, procure pela comunidade Indisciplina Escolar



Como a escola pode discutir princípios e valores?
LA TAILLE Antes de tudo ela tem de eleger seus próprios princípios, coerentes com a Constituição brasileira: liberdade, respeito, igualdade, justiça, dignidade... É fundamental, ainda, deixar claro aos estudantes e pais quais são esses princípios, defendendo-os com unhas e dentes. Por exemplo, se um aluno for humilhado, ferindo o princípio da dignidade, algumacoisa precisa ser feita. Aí entram debates, reuniões e assembléias para discutir regras que garantam a defesa do princípio. "A dimensão moral da criança tem de ser trabalhada desde a pré-escola. Ética se aprende, não é uma coisa espontânea"


Qual é a real influência da escola no desenvolvimento moral e ético?
LA TAILLE Em primeiro lugar, é preciso lembrar que criar cidadãos éticos é uma responsabilidade de toda a sociedade e suas instituições. A família, por exemplo, desempenha uma função muito importante até o fim da adolescência, enquanto tem algum poder sobre os filhos. A escola também, na medida em que apresenta experiências de convívio diferentes das que existem no ambiente familiar – se deixo meu quarto bagunçado, o problema é meu; se deixo uma classe bagunçada, o problema não é só meu.




Cidadania e ética podem ser trabalhadas nas séries iniciais?
PERGUNTA DA LEITORA Solange Gomes, Vilhena, RO
LA TAILLE Claro. A dimensão moral da criança tem de ser tratada desde a préescola e se estender por toda a trajetória do aluno. O trabalho pode ser feito de forma simples ou sofisticada, não importa: o que a escola não pode é silenciar. Décadas atrás, tiraram a disciplina Educação Moral e Cívica do currículo. É bom que ela tenha sido eliminada por causa de sua ligação com a didatura militar, mas o problema é que não colocaram nada no lugar. Moral, ética e cidadania se aprendem, não são espontâneas.


É preciso criar aulas específicas para abordar esses temas?
LA TAILLE Penso que a transversalidade é melhor que uma aula específica. Se ela for considerada inviável numa determinada instituição, então que se proponha uma aula. Mas, se essas discussões não encontrarem eco nas próprias relações da escola, o trabalho em sala terá pouco efeito. É preciso que o conteúdo seja inseparável do convívio. Não adianta falar das belas virtudes da justiça e da generosidade e ter um ambiente de desrespeito e indiferença. Por outro lado, se os contatos forem expressão de uma sociedade digna e solidária, faz sentido discutir justiça e generosidade. Existe uma ponte entre a vida e a ref lexão sobre a vida.


Muitos educadores trabalham regras de convivência com a turma em suas aulas por meio dos combinados, discutindo normas coletivamente. Qual é sua opinião sobre essa prática?
LA TAILLE Para que um combinado seja efetivamente aceito, é preciso prestar atenção a três aspectos. Primeiro, é necessário que os princípios inspiradores norteiem o acordo e sejam explicitamente colocados, não fiquem apenas implícitos para a turma. Na escola inglesa Summerhill, por exemplo, um dos princípios fundamentais é o da igualdade. Com base nele, ficou decidido que nenhuma assembléia poderia resolver que os meninos menores serviriam aos maiores – algo que, na prática, poderia acontecer caso os mais velhos tivessem maioria em uma votação, digamos. Esse, aliás, é o segundo ponto importante: deve-se evitar ao máximo que os combinados se dêem por votação. É preferível procurar o consenso, o que dá muito mais trabalho mas é bem mais rico porque desenvolve a prática de escutar o outro. Se o grupo segue muito rápido para a votação, elimina-se uma etapa preciosa que poderia ser dedicada ao diálogo. A votação não é diálogo, a votação é poder: se eu tenho mais votos que você, você perde e eu ganho. Em terceiro lugar, o professor não pode abrir mão de seu papel de autoridade, simplesmente jogando para o grupo asresponsabilidades pelas sanções que o combinado pode gerar.


Há algum caso prático que exemplifique essa atuação?
LA TAILLE Posso contar um fato real ocorrido numa excelente escola, uma das melhores que eu conheço. A professora combinou com uma turma de 5 e 6 anos que, após as brincadeiras, as crianças guardariam os brinquedos. Todas brincaram, mas duas delas resolveram não guardar o brinquedo. O que fazer nessa hora? A educadora – que depois se arrependeu profundamente – propôs que a classe criasse uma lista num pedaço de papel, escrevendo de um lado aqueles que cumpriram o combinado e do outro os que não. Resultado imediato: o menino e a menina que haviam desobedecido ao acordo ficaram desesperados porque se viram excluídos. Foram para casa e disseram que não queriam mais voltar à escola de jeito nenhum. O erro da professora foi justamente atribuir ao grupo a sanção. A tirania do grupo às vezes é pior do que a tirania de uma só pessoa.


Qual seria a atitude correta da professora nessa situação?
LA TAILLE Ela deveria ser a guardiã do combinado, dizendo aos pequenos: “Vocês vão arrumar os brinquedos, sim. Primeiro, em razão do combinado. Segundo, porque eu estou mandando”. É preciso cuidar para que a criança não substitua a figura do adulto. Ela precisa dessa referência de autoridade, de proteção, de confiança. Depois, à medida que a turma vai tomando consciência e refletindo sobre as questões morais, pouco a pouco o grupo passa a assumir essa referência.




Então, pode-se dizer que a questão da indisciplina é um problema moral?
LA TAILLE Depende do que se entende por indisciplina. Eu vejo três definições para o termo. A primeira tem a ver com a falta de autodisciplina, que é quando o aluno não consegue organizar a tarefa. A segunda pode ser associada à desobediência. Acontece quando eu mando o aluno fazer algo e ele não faz. Eu deixo de ter autoridade porque ele não seguiu minhas ordens, mas não fui desrespeitado. O estudante pode desobedecer dizendo algo como “Senhor, me desculpe, mas eu não vou fazer a lição”. É uma questão política, tem a ver com a legitimidade do posto de direção. A terceira indisciplina, o desrespeito, essa, sim, é uma questão moral. Se estou lecionando e o aluno se levanta e vai embora como se eu não existisse, fui desobedecido como autoridade e desrespeitado como pessoa, independentemente do fato de eu ser ou não professor. Isso não se justifica. Um professor com uma aula chata não me autoriza de jeito nenhum a desrespeitá-lo.


Como co-autor do capítulo dos Temas Transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais, qual é sua avaliação sobre o impacto desse documento na formação dos alunos?
LA TAILLE Em geral, o que se verifica é que a tranversalidade foi pouquíssimo implementada. Ela se baseia na idéia de que um determinado tema social seja trabalhado coordenadamente por professores de várias disciplinas. Cada um deles contribuiria, dentro de sua área de atuação, para o ensino desses assuntos. Para que isso seja feito, é preciso que a equipe se reúna, estabeleça metas e defina o que cada um vai abordar. Isso pressupõe uma elaboração complexa: o tempo é essencial para organizar as propostas, colocá-las à prova e – não vamos esquecer nunca – avaliá-las. Na prática, esbarra- se em diversos problemas, como o fato de muitos professores trabalharem em várias escolas e só comparecerem para dar aulas ou, no máximo, também às reuniões ligadas a sua disciplina.


As escolas não estão preparadas para a transversalidade?
LA TAILLE Eu diria que não estão disponíveis para ela, até pelas condições trabalhistas que acabei de mencionar. Existem belíssimas atividades com temas transversais, mas quase sempre são levadas por um único professor. Raramente há o comprometimento institucional necessário para o projeto se tornar a realidade proposta pelos PCNs. E o governo também precisa se comprometer.


De que forma?
LA TAILLE Os políticos prestam um grande desserviço à Educação quando cada novo governo quer partir quase do zero, como se cada mandato fosse a Revolução Francesa, que aboliu o calendário anterior e implantou novos meses, novas datas. Pegue-se o caso dos PCNs, feitos no governo Fernando Henrique e atualmente deixados de lado, apenas vegetando no site do Ministério da Educação. E o programa Parâmetros em Ação, que era essencial para instrumentalizar a proposta, foi abandonado. Ele seria essencial para concretizar os PCNs, que são, evidentemente, teóricos.


Quer saber mais?

BIBLIOGRAFIA


Labirintos da Moral, Mario Sérgio Cortella e Yves de La Taille, 112 págs., Ed. Papirus, tel. (19) 3272-4500, 26 reais


Limites: Três Dimensões Educacionais, Yves de La Taille, 152 págs., Ed. Ática, tel. 0800-115-152, 34,90 reais


Moral e Ética – Dimensões Intelectuais e Afetivas, Yves de La Taille, 192 págs., Ed. Artmed, tel. 0800-703-3444, 36 reais


Vergonha, a Ferida Moral, Yves de La Taille, 288 págs., Ed. Vozes, tel. (24) 2233-9000, 43,90 reais




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Em vez de agir sobre a consequência, procurar a causa


Saber como o ser humano se desenvolve moralmente é essencial para encontrar as raízes da indisciplina. Antes de entender por que precisam agir corretamente, as crianças pequenas vivem a chamada moral heterônoma, ou seja, seguem regras à risca, ditadas por terceiros, sem usar a própria consciência para reelaborá-las de acordo com a situação. Por exemplo: se elas sabem que não se deve derramar água no chão, julgam o fato um erro mesmo no caso de um acidente. Nessa fase, a autoridade é fundamental para o bom andamento das relações.


Por volta dos 9 anos, abre-se espaço para a moral autônoma, quando o respeito mútuo se sobrepõe à coação. Mas a mudança não é mágica. O cientista suíço Jean Piaget (1896-1980) questionava a possibilidade de a criança adquirir essa consciência se todo dever sempre emana de pessoas superiores. Assim, é possível dizer que a autonomia só passa a existir quando as relações entre crianças e adultos (e delas com elas mesmas) são baseadas, desde a fase heterônoma, na cooperação e no entendimento do que é ou não é moralmente aceito e por quê. Sem isso, é natural que, conforme cresçam, mais indisciplinados fiquem os alunos.

 
A atuação docente inadequada em sala é outra causa da indisciplina. "Embora os professores anseiem por uma solução, acham-se perdidos por não poder agir com a rigidez de antigamente, que permitia até alguns castigos físicos", afirma Áurea. A autoridade do professor perante a classe só é conquistada quando ele domina o conteúdo e sabe lançar mão de estratégias eficientes para ensiná-los. Se não, como bem descreve o psicólogo austríaco Alfred Adler (1870-1937), a Educação se reduz ao ato de o aluno transcrever o que está no caderno do professor sem que nada passe pela cabeça de ambos. "O resultado é o tédio. E gente entediada busca algo mais interessante para fazer, o que muitos confundem com indisciplina. A escola é, sem dúvida, a instituição do conhecimento, mas é preciso deixar espaço para a ação mental da turma", afirma Luciene.



Olhar para a sala de aula tendo como base essa concepção de indisciplina faz diferença. Os benefícios certamente serão maiores se houver o envolvimento institucional. Por isso, o trabalho exige não apenas autorreflexão mas também formação e esforço de equipe. Para transformar o ambiente, o discurso tem de ser constante e exemplificado por ações de todos (leia reportagem sobre como lidar com o problema e um projeto institucional para a formação da equipe).



REGRAS IMPOSTAS Quando a conversa é sempre proibida, você perde a chance de favorecer a troca de ideias. Universal Press Syndicate


 

Como se resolve a indisciplina?


Não há solução fácil. Mas é essencial trabalhar - como conteúdos de ensino - as questões relacionadas à moral e ao convívio social e criar um ambiente de cooperação.


As estratégias usadas atualmente por grande parte dos professores para lidar com a indisciplina têm sido desastrosas e estão na contramão do que os especialistas apontam ser o mais adequado. O teste ao lado é uma forma de mostrar que é preciso rever conceitos. Não se assuste se você pensou que alguns dos itens estivessem corretos - a maioria dos docentes brasileiros tende a concordar com eles. Pesquisa realizada em 2008 pela Organização dos Estados Ibero-Americanos com cerca de 8,7 mil professores mostrou que 83% deles defendem medidas mais duras em relação ao comportamento dos alunos, 67% acreditam que a expulsão é o melhor caminho e 52% acham que deveria aumentar o policiamento nas escolas.
Se a repreensão funcionasse, a indisciplina não seria apontada como o aspecto da Educação com o qual é mais difícil lidar em sala de aula, como mostrou outra pesquisa, da Fundação SM, feita em 2007 com 3,5 mil docentes de todo o país. Até mesmo os alunos acreditam que o problema vem crescendo. Em investigação feita em 2006 por Isabel Leme, da Universidade de São Paulo (USP), com 4 mil estudantes das redes pública e privada de São Paulo, mais de 50% deles afirmaram que os conflitos aumentaram mesmo nas escolas que estão cada vez mais rígidas. "O problema é que as intervenções são muito pontuais e imediatistas. O resultado é uma piora nas relações entre alunos e professores e, consequentemente, no comportamento da turma", acredita Adriana de Melo Ramos, do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Moral (Gepem), da Unesp, campus de Rio Claro.



Nesta reportagem, apresentamos sete soluções para você encaminhar o problema. Não se trata de um manual de instruções. As questões ligadas à indisciplina são da natureza humana. Portanto, complexas e incertas. Esse é um ponto de partida para quem convive com o problema. Para se sair bem, é preciso estudar muito e sempre revisitar o tema. Veja também um projeto institucional para a formação da equipe.

Fonte:
          http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/repensar-indisciplina-gestao-equipe-comportamento-respeito-autonomia-504350.shtm

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