domingo, 24 de outubro de 2010

Ano marca centenário de Noel Rosa e Adoniran


Noel e Adoniran


Você sabia?


“Não tenho herdeiros, não possuo um só vintém/
Eu vivi devendo a todos, mas não paguei ninguém.”


Em 1932, cinco anos antes de sua morte, Noel Rosa compôs o antológico samba Fita Amarela, relatando seus desejos para o dia de sua derradeira despedida.
Agora, em 2010, ano em que vai se comemorar seu centenário (no dia 11 de dezembro), Noel jamais poderia imaginar que justamente seus herdeiros seriam os pivôs de um entrave que há quase duas décadas priva o público de ter acesso à vida e à obra do Poeta da Vila.
 Em 2008, passados 70 anos da morte de Noel, seu cancioneiro entrou em domínio público

Depois da morte de Noel, no dia 4 de maio de 1937, todo seu material ficou sob a tutela de sua esposa, Lindaura, que faleceu apenas em agosto de 2001. Assim que a viúva morreu, duas sobrinhas do Poeta da Vila, Irami Medeiros Rosa de Melo e Maria Alice Joseph (filhas do irmão de Noel, Hélio Rosa) apareceram para reivindicar a herança do tio. Afirmando que Noel nunca fora casado com Lindaura, e que elas eram as verdadeiras herdeiras, ambas moveram um processo contra os autores da biografia e a UnB, alegando invasão de privacidade da família Medeiros Rosa. “A gente estava dentro da lei, mas tem essa coisa, que surgiu com a constituição de 88, de que nãose pode tocar na vida privada. É fácil fazer biografias cor-de-rosa. Nosso livro não é sensacionalista, apenas aborda pontos nevrálgicos da vida do Noel, como o suicídio da avó e o acidente no queixo, fundamental para compreender o estigma do gênio.


SAMBA DO ARNESTO
O Arnesto nos convidou pra um samba, ele mora no Brás

Nós fumos não encontremos ninguém
Nós voltermos com uma baita de uma reiva
Da outra vez nós num vai mais
Nós não semos tatu!
No outro dia encontremo com o Arnesto
Que pediu desculpas mais nós não aceitemos
Isso não se faz, Arnesto, nós não se importa
Mas você devia ter ponhado um recado na porta
Um recado assim ói: "Ói, turma, num deu pra esperá
Aduvido que isso, num faz mar, num tem importância,
Assinado em cruz porque não sei escrever"
Arnesto

Se a biografia de Noel Rosa corre o risco de nunca mais ser publicada, condenando a atual e as futuras gerações a não saberem quem foi o autor de pérolas como Com Que Roupa, Gago Apaixonado, Palpite Infeliz e Feitio de Oração, não se pode dizer o mesmo do livro que perfila por completo outro compositor, cujo centenário também se comemora neste ano: João Rubinato, conhecido por todos como Adoniran Barbosa.
- Adoniran – Uma Biografia (Ed. Globo).

OBS:
Adoniran Barbosa  foi o compositor que melhor retratou o ambiente urbano e popular da cidade de São Paulo nos anos 50 e 60; nascido em 6/8/1910 em Jundiaí - SP, faleceu em 23/11/1982 em São Paulo, foi um artista tipicamente autodidata.

Tendo se iniciado no rádio nos anos 40, teve oportunidade de conviver com o meio artístico da época, conseguindo extravazar sua imensa sensibilidade musical e sua observação crítica dos costumes daqueles anos; nos anos 50 atuou no cinema e na televisão.

"Saudosa maloca" é um dos seus maiores sucessos e foi incluído por Ricardo Cravo Albin na coletânea "As 14 músicas do século XX". Recebeu inúmeras gravações mas a que melhor retratou o clima da São Paulo da periferia foi a dos "Demônios da Garoa", conjunto de cantores e músicos populares formado ainda no final da década de 40 tendo sido o conjunto que melhor interpretou a obra de Adoniran Barbosa.

Outros sucessos de Adoniran Barbosa foram : "Samba do Arnesto" (com Alocim), "Trem das Onze", As mariposa", "Iracema", "Tiro ao Álvaro" (com Osvaldo Moles), "Bom Dia Tristeza" (com Vinicius de Moraes) e muitos outros.

Publicado originalmente em 2004, o livro apresenta o retrato mais fiel de Adoniran já realizado até hoje, justamente por aliar a escrita leve do lado jornalista de Celso de Campos Jr. ao rigor de pesquisa, graças à faceta de historiador do autor.

Ao contrário da biografia de Noel, desde que teve a ideia de escrever o livro, em 2001, quando encontrou o acervo de Adoniran literalmente escondido no cofre do Banco do Estado de São Paulo, na Praça Antonio Prado, Campos Jr. sempre contou com total colaboração da herdeira de Adoniran, a filha Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa.

“Além da família do Adoniran, tive a ajuda de muita gente. Ele cantou as transformações de São Paulo e sua história precisa ser contada ao público”, diz Campos Jr.

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