(1910-1937)
Noel foi um gênio, como letrista e como músico.
Em 7 anos de carreira, registrou mais de 250 composições, sozinho ou em parceria com Vadico, Ismael Silva, Braguinha, Nássara, Orestes Barbosa (só para citar os mais constantes), mas a verdade é que muitas das músicas que fez acabou vendendo ou dando a terceiros, o que, se levado em conta, elevaria esse número a quase 300.
Os originais da maioria das que fez com Cartola (ver A Geração de Noel), por exemplo, perderam-se.
Neto, bisneto e sobrinho de médicos, Noel até tentou cursar a faculdade de Medicina, mas abandonou os estudos quando começou a compor e a tocar no Bando de Tangarás.
Nascido de um parto a fórceps que o deixou com um eterno estigma no queixo, Noel nunca foi uma pessoa revoltada ou se sentiu inferiorizado (ao menos aparentemente) em relação àqueles com quem convivia. Pelo contrário, de um humor impressionante, gracejava de tudo, até do próprio defeito.
Era um apaixonado pelas mulheres, em especial pelas de posição socialmente inferior que ele assediava em seu carro, comprado de Francisco Alves.
Casou-se com Lindaura, mas seu grande amor foi a dançarina Ceci a quem dedicou suas mais lindas músicas:
Último Desejo, Dama do Cabaré, Só Pode Ser Você, Pra que Mentir?, Pela Primeira Vez, Provei, Quem Ri Melhor, etc.
Seduzido pelo samba e pela vida boêmia, era assíduo freqüentador dos bares e dos cabarés. Viveu intensamente sua curta existência e não lamentou a morte próxima.
Fonte: Histórias da Música Popular Brasileira para Crianças - Patrocínio Natura
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POR QUE TRABALHAR COM NOEL ROSA?
Noel Rosa, o Poeta da Vila, foi um dos maiores compositores brasileiros. Faleceu aos 26 anos de idade, deixando mais de 200 canções, muitas delas grandes clássicos do nosso cancioneiro popular. Trabalhou como profissional de rádio e isso ajudou a acabar com o amadorismo da profissão e com o preconceito contra o músico popular. Como compositor, sua maior contribuição foi a renovação do vocabulário no samba, rompendo com convenções poéticas arcaicas.
Em suas letras estão presentes o despojamento, a ironia e o lirismo. Além disso, como um observador da modernização da cidade, trouxe novos temas para a música urbana.
Jovem de classe média, conviveu com a boemia e o submundo carioca e soube associar tais informações com experiências musicais mais requintadas. Suas canções, pela riqueza temática, poética e melódica, rompem esses limites.
Além da história de Noel Rosa, podemos trabalhar com suas canções.
Noel Rosa, o Poeta da Vila, foi um dos maiores compositores brasileiros. Faleceu aos 26 anos de idade, deixando mais de 200 canções, muitas delas grandes clássicos do nosso cancioneiro popular. Trabalhou como profissional de rádio e isso ajudou a acabar com o amadorismo da profissão e com o preconceito contra o músico popular. Como compositor, sua maior contribuição foi a renovação do vocabulário no samba, rompendo com convenções poéticas arcaicas.
Em suas letras estão presentes o despojamento, a ironia e o lirismo. Além disso, como um observador da modernização da cidade, trouxe novos temas para a música urbana.
Jovem de classe média, conviveu com a boemia e o submundo carioca e soube associar tais informações com experiências musicais mais requintadas. Suas canções, pela riqueza temática, poética e melódica, rompem esses limites.
Além da história de Noel Rosa, podemos trabalhar com suas canções.
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Noel Rosa - Conversa de Botequim
Seu garçom faça o favor de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga à beça
Um guardanapo e um copo d'água bem gelada
Feche a porta da direita com muito cuidado
Que eu não estou disposto a ficar exposto ao sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do fute..bol
Se você ficar limpando a mesa
Não me levanto nem pago a despesa
Vá pedir ao seu patrão
Uma caneta, um tinteiro,
Um envelope e um cartão,
Não se esqueça de me dar palitos
E um cigarro pra espantar mosquitos
Vá dizer ao charuteiro
Que me empreste umas revistas,
Um isqueiro e um cinzeiro
Seu garçom faça o favor de me trazer depressa...
Telefone ao menos uma vez
Para três quatro quatro três três três
E ordene ao seu Osório
Que me mande um guarda-chuva
Aqui pro nosso escritório
Seu garçom me empresta algum dinheiro
Que eu deixei o meu com o bicheiro,
Vá dizer ao seu gerente
Que pendure esta despesa
No cabide ali em frente
Seu garçom faça o favor de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga à beça
Um guardanapo e um copo d'água bem gelada
Feche a porta da direita com muito cuidado
Que eu não estou disposto a ficar exposto ao sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do fute..bol
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Noel Rosa - Com Que Roupa
Agora vou mudar minha conduta
Eu vou prá luta,
Pois eu quero me arrumar
Vou tratar você com força bruta,
Prá poder me reabilitar
Pois esta vida não está sopa,
E agora, com que roupa, eu vou,
Pro samba que você me convidou, me convidou
Com que roupa eu vou, com que roupa eu vou?
Pro samba que você me convidou?
Seu Português agora deu o fora, foi embora,
E levou seu capital
Esqueceu quem tanto amou outrora
E foi no Adamastor prá Portugal.
Pra se casar com uma cachopa
E agora com que roupa, eu vou,
Pro samba que você me convidou, me convidou
Com que roupa eu vou,
Com que roupa eu vou,
Pro samba que você me convidou.
Agora estou pulando feito um sapo
Pra ver se escapo
Dessa praga de urubu
O meu paletó já virou estopa
Eu vou acabar ficando nu
Pois esta vida não está sopa
E eu não sei mais com que roupa, eu vou
Ao samba que você me convidou, me convidou,
Com que roupa, eu vou, com que roupa eu vou?
Ao samba que você me convidou...
**************
Noel Rosa - Fita Amarela
Fiz a cama na varanda, me esqueci do cobertor
Deu um vento na roseira, (ai, meus cuidados)
Me cobriu todo de flor.
Menina minha menina,
Não faça assim como eu
Que vivo louco de pena,
Porque ninguém me escolheu.
Fiz a cama na varanda
Me deitei pensando em ti,
Deu um vento na roseira, (ai, meus cuidados)
Eu do sono me esqueci.
*******************
Noel Rosa - Filosofia
O mundo me condena, e ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber se eu vou morrer de sede
Ou se vou morrer de fome
Mas a filosofia hoje me auxilia
A viver indiferente assim
Nesta prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
Pra ninguém zombar de mim
Não me incomodo que você me diga
Que a sociedade é minha inimiga
Pois cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba, muito embora vagabundo
Quanto a você da aristocracia
Que tem dinheiro, mas não compra alegria
Há de viver eternamente sendo escrava dessa gente
Que cultiva hipocrisia
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Agora vou mudar minha conduta
Eu vou prá luta,
Pois eu quero me arrumar
Vou tratar você com força bruta,
Prá poder me reabilitar
Pois esta vida não está sopa,
E agora, com que roupa, eu vou,
Pro samba que você me convidou, me convidou
Com que roupa eu vou, com que roupa eu vou?
Pro samba que você me convidou?
Seu Português agora deu o fora, foi embora,
E levou seu capital
Esqueceu quem tanto amou outrora
E foi no Adamastor prá Portugal.
Pra se casar com uma cachopa
E agora com que roupa, eu vou,
Pro samba que você me convidou, me convidou
Com que roupa eu vou,
Com que roupa eu vou,
Pro samba que você me convidou.
Agora estou pulando feito um sapo
Pra ver se escapo
Dessa praga de urubu
O meu paletó já virou estopa
Eu vou acabar ficando nu
Pois esta vida não está sopa
E eu não sei mais com que roupa, eu vou
Ao samba que você me convidou, me convidou,
Com que roupa, eu vou, com que roupa eu vou?
Ao samba que você me convidou...
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Noel Rosa - Fita Amarela
Fiz a cama na varanda, me esqueci do cobertor
Deu um vento na roseira, (ai, meus cuidados)
Me cobriu todo de flor.
Menina minha menina,
Não faça assim como eu
Que vivo louco de pena,
Porque ninguém me escolheu.
Fiz a cama na varanda
Me deitei pensando em ti,
Deu um vento na roseira, (ai, meus cuidados)
Eu do sono me esqueci.
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Noel Rosa - Filosofia
O mundo me condena, e ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber se eu vou morrer de sede
Ou se vou morrer de fome
Mas a filosofia hoje me auxilia
A viver indiferente assim
Nesta prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
Pra ninguém zombar de mim
Não me incomodo que você me diga
Que a sociedade é minha inimiga
Pois cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba, muito embora vagabundo
Quanto a você da aristocracia
Que tem dinheiro, mas não compra alegria
Há de viver eternamente sendo escrava dessa gente
Que cultiva hipocrisia
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Olá !
ResponderExcluirestou caçando esse livro @histórias da música popular brasileira para crianças e o cd .
será que vc poderia disponibilizar por e-mail ?
Olá Rafaflauta!
ExcluirA respeito do livro HISTÓRIAS DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA PARA CRIANÇAS, deixe seu email.
Bom dia! Adorei esse livro. Estou fazendo um trabalho com as crianças da escola onde trabalho sobre samba, poderia me enviar o livro por email? Meu email é marcellebio@gmail.com
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